quinta-feira, 27 de julho de 2017

QUEM É O RICO, AFINAL?


Enquanto pensava no tema que me foi sugerido para o dia de hoje, transitava pela casa, colocando uma coisinha aqui, outra ali, como faço todas as manhãs, porque me ajuda a despertar. Assim, as ideias vão se organizando também. Muitas vezes me lembro de colocar caderno e caneta por perto, para não perder as coisas que vão me passando pela cabeça e pelo coração. Movimentando o corpo ao sabor de minhas músicas selecionadas, a alma vai se situando, e não fica encostada no piloto automático, interferindo na trava.
Pois bem, como ia dizendo, o tema de hoje, da riqueza, dá panos pra manga, né? Não quero falar de economia, de política, de regras vindas de fora que proliferam atualmente na mídia, nos deixando mais confusos do que esclarecidos. Não! Quero falar da riqueza da vida, da evolução da consciência, da paz interna que nos leva saudavelmente pela estrada do pensar e do agir. E... do criar! Deixar que nosso mago interior se manifeste e confirme que bruxo, feiticeiro, é aquele que transforma! E transforma o que, poderíamos nos perguntar...mas vê lá, nada de discutir o sexo dos anjos! Queremos algo que possamos aplicar imediatamente, por favor, com resultados imediatos. Sr. Mago, não nos deixe esperando, temos pressa, viu?
Pois é, comecemos a pensar: não é assim que perdemos uma das primeiras fontes de riqueza? Não nos lembramos de questionar, avaliar aquilo que está na nossa frente, sem julgar com os nossos usuais preconceitos, sombrios, e com um tempero de crianças mimadas e orgulhosas. Está mais do que na hora de colocarmos na mesa de nossa imaginação, imitando o mago do tarô, tudo o que temos, de bom ou de não tão bom, ou melhor, o que a nossa limitada vista alcança, e conectados com a energia do bem maior para si e para todos, e à Força Universal que nos nutre, tentarmos combinações que se harmonizem. Há dentro de nós uma espécie de bússola que dirige os trabalhos, mas que anda sem função, porque nem percebida é. 
Mas, “Adiante!”. Ah, isso me lembra uma professora de História no ginásio que usava essa expressão nas nossas provas orais, quando encostados no quadro negro, tremíamos de medo de não acertar a pergunta imediatamente. Nada a ver essa memória? Engano. Andamos um pouco assim, ultimamente, não é? Não dá tempo para pensar, escolher, ter a coragem de admitir aspectos mal resolvidos que nos impedem de ampliar a consciência. E aí, também deixamos escapar outra fonte...que pena!
Sigamos buscando outros mananciais. Que tal se a riqueza também for representada pela alegria de viver? Como??? Será que não estão vendo o que está acontecendo ao nosso redor? Crises, guerras, violência, não, não dá, desencanem! Bem, só sei que estressados e dando “piti” não ajudamos em nada. Prudência, ok, mas é exatamente por distúrbios, digamos assim, na alegria de viver, que não conseguimos mudar em nada as coisas. Sim, porque alegria de viver não significa ser rato de baladas, campeão de curtidas nas redes sociais, sorrisos falsos, e videozinhos com mensagens no celular, que quando são de grupos incluem centenas de figurinhas apitando em nossos ouvidos a cada segundo. Tenha coragem e responda agora: você já tirou o som? Só rindo, mas isso já é um começo, um sorrisinho, mesmo que meio amarelado. 
Mas vamos lá. Alegria de viver talvez queira dizer se sentir pertencendo, sendo útil, doando talentos para a vida, que espera isso de nós. Viver deveria ser gratificante, êta, palavrinha mágica! Concordam? Em geral, costumamos nos perguntar o que esperamos da vida, como se não estivéssemos satisfeitos com o que ela já nos deu, presenciando sua beleza, lições,mesmo que pelo lado avesso, e um monte de joias maravilhosas que ainda nem sonhamos. Não é ela que nos oferece a alegria de estar junto do outro e participar de encontros amorosos, ou de desencontros que nos salvam de quedas em buracos fundos? E, quando prestamos atenção, aprendemos a amar cada gesto, a superar desafios sem conta que nos fortalecem, no final das contas. No entanto, em meio a reclamações, a gente se acha muitas vezes pobre: reclama, sobe no palco da vítima, e no centro, clama por mais luz. Vamos combinar, todos nós já passamos por isso. Graças a Deus estamos, pouco a pouco, nos afastando desse show. 
Tenho certeza de que muitos estão engajados nesse trabalho sem fim, ainda bem, buscando milhares de outras fontes de riqueza. Enxergando com novos óculos, todos nós adoraríamos aprender de suas vivências, das supostas falhas que levaram ao seu crescimento, e das descobertas que fizeram pela viagem misteriosa e criativa que é a vida. Esses sabem que cada um de nós tem um tesouro dentro de si, a ser compartilhado, e que se dele não cuidarmos, como flores que não são regadas, ele murcha, e vira solidão. 

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